Fórum de Universidades pela Paz

Justificativa

O principal instrumento para discutir uma sociedade que tenha a paz como eixo estruturante foi a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) e seus desdobramentos. Diálogo que sempre acompanhou a humanidade, a exemplo da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789.

Em 1997, a Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou o ano 2000 como o “Ano Internacional da Cultura de Paz”, e a década conseguinte ficaria reconhecida como “Década Internacional para uma Cultura de Paz e Não Violência para as Crianças do Mundo”.

A sociedade vem demandando movimentos conjuntos para uma cultura de paz há décadas, assim como ações pautadas em situações reais importantes para o desenvolvimento da sociedade, partindo de critérios objetivos e sistemáticos que visem à implementação de programas e de projetos concretos e com real contribuição para o fortalecimento e para a difusão de uma cultura de paz no seu mais amplo sentido.

Não apenas na díade “Paz x Violência”, mas nas diversas relações com o Planeta, com os povos, com os animais e com o meio ambiente. Outrossim, as circunstâncias e as condições nas quais a sociedade vive e os desafios que enfrenta apontam indubitavelmente para contextos gradualmente mais complexos, os quais solicitam cada vez mais a participação das instituições de ensino superior, que, por essência, são espaços de produção de conhecimentos, fortalecimentos comunitários e promoção de direitos humanos – para que liderem movimentos que valorizam o diálogo e a diversidade social e que contribuam para a realização de ações importantes nos diversos campos do conhecimento e das esferas da vida humana, tendo como agente integrado e de apoio as iniciativas dos governos e do Estado no sentido de sinergia para a manifestação da cultura de paz e o desenvolvimento de uma sociedade justa e sustentável.

Acredita-se que por meio de uma conexão e da competência vocacionada e consolidada das instituições de ensino superior, em nível regional, estadual, nacional e internacional, será possível implantar e fortalecer o “Fórum de Universidades pela Paz (FOUP)” como um mecanismo eficiente para estabelecer discussões sistemáticas, estabelecer e atuar em objetivos estratégicos e fortalecer a produção de conhecimentos sobre a temática da Paz, com observância das perspectivas sociológicas, antropológicas, históricas, psicológicas, linguísticas, culturais, comportamentais e legais. E que, em médio prazo, as ações do FOUP, por meio das instituições signatárias, reverberarão na produção de conhecimentos e na execução de programas de promoção da cultura de paz, liderados pelas Instituições de Ensino Superior, de outras instituições e por agentes governamentais.

Contudo, para ter os efeitos desejados, é necessário que o FOUP seja um espaço participativo e democrático, onde cada instituição e indivíduo compreendam e contribuam para o coletivo social como um fruto do individual. A Paz (no Fórum) só será alcançada se os sujeitos e os grupos forem tolerantes, desprovidos de preconceitos e de atitudes discriminatórias, conscientes e sensíveis à alteridade.

Considerando que a temática “Paz” é complexa e tem amplitude global, é necessário que o FOUP promova relações com o dissenso, as diferenças e o olhar para a realidade de uma forma mais global, bem como com o entendimento da dinâmica que esse tema exige. Para manter essa coerência e evitar dissonâncias, este projeto não traz conceitos de Paz, pois eles serão um trabalho para os grupos e comitês temáticos que serão formados a partir do FOUP e que, certamente, serão compostos por muitas referências positivas, as quais contribuirão para o fortalecimento do consenso acerca da cultura dessa cultura.